A história de “Astro”, o primeiro peixe-boi-marinho reintroduzido no Brasil, pode ser conferida agora em um documentário que estreou no dia 29 de julho, no canal do YouTube da Fundação Mamíferos Aquáticos.
O filme digital foi produzido pela equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho/ Fundação Mamíferos Aquáticos numa parceria com a Universidade Federal de Sergipe, como fruto de um trabalho desenvolvido na oficina de documentário do Cine Peixe-Boi junto aos agentes ambientais mirins da comunidade do Povoado Coqueiro, local de ocorrência do peixe-boi-marinho “Astro”. O documentário foi viabilizado com recursos da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
“Astro” têm um histórico de extrema importância para a conservação do peixe-boi-marinho no Brasil. Ele e a peixe-boi “Lua” foram os primeiros animais da espécie a serem reintroduzidos no país. Em 1991, ele foi encontrado ainda filhote encalhado na praia de Aracati (CE), sendo em seguida encaminhado para o Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio, em Itamaracá, onde permaneceu por três anos em processo de reabilitação.
Em 1994, foi transferido para um cativeiro construído em ambiente natural, em Paripueira (AL), e, após readaptado às condições ambientais, foi solto nesta mesma região. Por volta de 1998, “Astro” se deslocou para o litoral de Sergipe e, desde então, vem utilizando a área compreendida entre o rio Vaza-Barris (SE), o complexo estuarino Piauí-Fundo-Real até Mangue Seco, litoral norte da Bahia.
Produção
O documentário “Astro” foi rodado em março e abril de 2023, entre o litoral norte da Bahia e sul de Sergipe, onde as equipes do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho (PVPBM)/ Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) e da Universidade Federal de Sergipe (UFS) realizaram atividades de produções audiovisuais com os agentes ambientais mirins do Projeto, resgataram a história do peixe-boi, entrevistaram pesquisadores, monitores, pessoas da comunidade e acompanharam o dia a dia do animal, que encara os desafios e ameaças diárias frente aos impactos ambientais causados pelos seres humanos: da perda de habitats à sobrevivência a mais de 20 atropelamentos causados por embarcações motorizadas. A ideia é sensibilizar a sociedade sobre a importância da conservação da espécie e de seu habitat.
O documentário “Astro”, fruto da oficina de documentário do Cine Peixe-Boi, faz parte das atividades de educação ambiental do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho – realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental –, uma estratégia de conservação e pesquisa para evitar a extinção da espécie no Nordeste do Brasil. O projeto atua nas áreas de pesquisa, tecnologia de monitoramento via satélite, manejo, resgate, readaptação e reintrodução de peixes-bois-marinhos, educação ambiental, desenvolvimento comunitário, fomento ao turismo eco pedagógico e políticas públicas. Conta com o apoio da APA da Barra do Rio Mamanguape/ICMBio, Arie Manguezais da Foz do Rio Mamanguape/ICMBio e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Monitoramento Ambiental da Universidade Federal da Paraíba (PPGEMA – UFPB).
O documentário tem argumento, pesquisa, pré-roteiro e produção executiva de Karlilian Magalhães, João Carlos Gomes Borges, Elaine Knupp de Brito, Jociery Vergara-Parente, Allan Oliveira, Luana Dias e Malena Muller, do PVPBM/FMA; direção, produção de equipe, campo e roteiro final da professora Priscilla Campos, da UFS; imagens, edição e fotografia de Luan Allen; imagens aéreas de Alex Lira; e trilha sonora dos músicos Humberto Barretto, Bruno Prado e Débora Diamantina.
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